A finalidade deste Blog é divulgar as Vozes do Céu através das Mensagens dos Sagrados Corações de Jesus,Maria,José e do Divino Espírito Santo,dos Anjos e dos Santos,transmitidas ao Vidente Marcos Tadeu,nas Aparições de Jacareí-SP/Brasil. São as mais intensas,extraordinárias e últimas Mensagens dadas ao mundo para que se converta e tenha paz.Nestas Santas Aparições São José deseja que nos Consagremos a Ele ,que o invoquemos como Amantíssimo Coração de São José e também como
CORAÇÃO PATERNAL DE SÃO JOSÉ,para que Ele possa nos conduzir pelo caminho da Santidade e nos leve ao verdadeiro Amor a Jesus e Maria.

sábado, 22 de novembro de 2014

22 de novembro - Dia de Santa Cecília





Jacareí, 20 de maio de 2007
Mensagem de Santa Cecília comunicada ao vidente Marcos Tadeu


"-Marcos, Eu sou CECÍLIA, serva de DEUS... Serva de MARIA... Serva de SANTA ANA... Serva do ESPÍRITO SANTO... 

Eu sou a serva dos servos do SENHOR e venho hoje também para vos abençoar e para vos dizer: 

-Sede fiéis!... Sede santos!... Cumprí e obedecei todas as Mensagens que aqui vos foram dadas para que possais ser dignos e merecer a vida eterna...

Vede... Vede irmãos meus... O quanto é grande a recompensa do SENHOR pelo curto tempo de vida nesta terra em que a fé é provada, em que o AMOR é provado...

Se vós fordes fiéis a DEUS, se vós amardes a DEUS com o Coração puro e sincero pelo pequeno espaço desta vida! Vós merecereis uma coroa incorruptível que jamais vos será roubada nem pelo demônio, nem pelo mundo, nem pela carne humana , nem por nada... 
A vossa coroa já está sendo preparada no céu! Cuidai de não perdê-la pelo pecado... cuidai de não perdê-la pela desobediência a Mãe de DEUS.
NÃO VEDES QUE A DESOBEDIÊNCIA A MÃE DE DEUS NAS SUAS APARIÇÕES ATUAIS É O CÂNCER DO MUNDO??? E QUE TODOS OS CASTIGOS E MALES ATUAIS SÃO CONSEQÜÊNCIAS DESTA DESOBEDIÊNCIA, QUE JÁ VEM DESDE 180 ANOS ATRÁS AGRAVANDO E CRESCENDO MAIS???

Até quando continuareis a maltratar e a fazer sofrer assim a MÃE de DEUS? Será que até vós os que se dizeis filhos dEla e que dizeis que Ela é vossa MÃE... Será que até vós repetireis o pecado dos maus e torturareis ainda mais a MÃE do nosso SENHOR? 

Será que nem mesmo vós vos compadecereis e tereis piedade dEla? Oh não! Que comece de vós a grande conversão!... Que comece de vós a grande transformação!... 
Transformai-vos em ANJOS ... Obedientes, dóceis e santos que A amam que A louvam que A querem que A obedecem que A agradam... Que Lhe dão contentamento e satisfação!
Eu estou aqui convosco para ajudar-vos nesta santa tarefa que não é fácil!... Mas com a Minha ajuda e a de todos os Santos que aqui já vieram e que estão no CÉU, será possível para vós! SERÁ POSSÍVEL....

EU VOS GARANTO... QUE TODO AQUELE QUE OBEDECER ÀS MENSAGENS DA MÃE DE DEUS NÃO PERECERÁ! OH NÃO! NÃO PERECERÁ! NÃO PERECERÁ ...

Eu vos digo, se houvessem Aparições dEla na época em que EU vivi ... Naquela época do império romano, todos teriam se convertido mais depressa e o mundo teria sido um paraíso, oh sim... Mas nosso SENHOR tem seus desígnios e ELE reservou para este tempo as Aparições multiplicadas da VIRGEM SANTÍSSIMA na terra... E vós... Que frutos apresentais??? E vós... 
Que frutos destes até agora? 
Correspondestes a tanto amor? 
Correspondestes a tanta graça? 
Correspondestes a tanta benevolência do Altíssimo e da Mãe de DEUS por vós? 

Se não, falta pouco tempo.. ainda resta um tempo... Regressai... Voltai... Transformai-vos e daí os frutos das Mensagens da Mãe de DEUS ... Dos SAGRADOS CORAÇÕES...

Com estes frutos muitas almas se salvarão e se saciarão da fome espiritual que sentem e então viverão... Pois o fruto destas Mensagens não acaba nesta vida mais dura para vida eterna.
Oh sim! Se vós derdes desses frutos bem depressa o ‘Reino de MARIA’virá ao mundo e logo depois dele o ‘Reino de JESUS’. 

Eu estarei convosco, eu abençoarei a vossa voz... Eu sou a ‘Protetora da Voz’! Eu abençoarei a vossa voz para que ela seja completamente ungida pelo ESPÍRITO SANTO e as almas não poderão resistir as vossas palavras repletas de unção quando vos anunciardes não as vossas Mensagens , As Mensagens da MÃE de DEUS, dos SAGRADOS CORAÇÕES. 

EIS PORQUE A PREGAÇÃO NÃO TEM EFEITO, OS HOMENS PREGAM A SUA OPINIÃO, A SUA BONDADE, NÃO PREGAM A PALAVRA DA MÃE DE DEUS. SE ISSO FOSSE FEITO, O MUNDO JÁ ESTARIA EM GRANDE SANTIDADE. 

Mas ainda é tempo! Saí! Combatei apóstolos da luz! Levai a todos a luz do CORAÇÃO IMACULADO de MARIA para que então as trevas sejam vencidas pela luz e triunfe o CORAÇÃO DE MARIA, o CORAÇÃO DE JESUS, o CORAÇÃO DE JOSÉ, o CORAÇÃO DE DEUS...
Estou convosco sempre! Rezai-me! Falai comigo! chamai-me nos momentos de dúvida e sofrimento e Eu vos esclarecerei e vos digo: quem se entregar a mim, quem der a mão para mim não cairá e mesmo se cair não ficará caído. Há de levantar-se! Há de continuar a corrida e há de alcançar o prêmio da vitória...

A todos dou a PAZ... A PAZ Marcos ... Amo-te... A PAZ... Fica em Mim, descansa no Meu AMOR... A PAZ..."

********************************************

 Santa Cecília, nobre, esposa, virgem e mártir.

 Uma donzela frágil que a fortaleza de sua Fé 

fez abalar os poderosos do Império Romano e cujo sangue, foi verdadeiramente,

" semente de novos cristãos".

Santa Cecília desde cedo converteu-se ao cristianismo, 
assistia diariamente a Santa Missa, era dotada de
um enorme dom para música. 

Almáquio é um prefeito poderoso da Roma antiga. Mas, ele está inseguro, tem dúvidas...

- Como executar essa jovem cristã? Ela não pode morrer pela espada... Seria perigoso. Será que...

De repente, bruscamente, o prefeito ordena que a jovem seja levada até o palácio imperial. Ele decidiu: 

- Cecilia será morta no calidário. Ela será colocada numa sala asfixiante, totalmente fechada, abafada com vapores quentes e pestilentos.


Cecília foi deixada lá, sozinha. Em seu rosto, porém, não se via marcas de abatimento e tristeza. Parecia ter a alma cheia de alegria. Pedia, continuamente, que Deus a levasse logo para o Céu. A tal ponto Cecília tinha seu pensamento posto em Deus que nem percebeu que seu suplício já tinha sido iniciado.

Ela foi castigada no calidário ao longo de um dia e uma noite. Tudo isso foi inútil. Quando os carrascos abriram a câmara de tortura com a certeza de poderem retirar de seu interior o cadáver de Cecília, encontraram-na ajoelhada, sorridente e circundada de ar puro e fresco. Cheios de temor, apavorados, eles correram até Almáquio para contar-lhe o que acontecera.

Ouvindo a narração dos algozes, o prefeito ficou hirto, petrificado. Tomado de ódio e furor insano, ordenou que um guarda decapitasse imediatamente a jovem, na mesma sala em que estava sendo torturada.

Cecília sorriu de alegria quando apareceu diante dela o novo carrasco. Ajoelhou-se e espontaneamente apresentou o pescoço a ele. Era uma audácia. Uma tão inesperada ousadia que o homem sentiu-se abalado e faltou-lhe coragem para executar a sentença. Para não parecer fraco, conteve seu medo e, desesperadamente, por três vezes, golpeou o pescoço da valente virgem cristã. Cecília caiu. Seus braços estavam cruzados sobre o peito. Sua cabeça, inexplicavelmente, continuava unida ao corpo.

A lei romana proibia insistir no suplício depois do terceiro golpe. Sem saber o que fazer, o carrasco jogou a espada no chão e fugiu apavorado. A multidão que aguardava os acontecimentos do lado de fora da sala de suplicio avançou porta adentro afim de venerar aquela que seria a mais nova mártir cristã.

O martírio de Santa Cecília 

Todos ficaram pasmos: Cecília ainda vivia! Estava caída sobre seu lado direito e seu pescoço apresentava um ferimento profundo de onde ainda corria sangue. As donzelas mais íntimas da Santa, com todo respeito, colheram em panos de linho branco o sangue escorrido. Outros cristãos apressaram-se para comunicar o fato ao Papa. Inúmeras dificuldades fizeram com que o Sumo Pontífice Urbano só pudesse chegar ali depois de três dias.


Continuando na mesma posição, Cecília aproveitava o tempo de vida que tinha para anunciar e testemunhar a verdade do Evangelho para os que dela se aproximavam. Vários pagãos foram tocados pela graça e se converteram.

Finalmente o Papa Urbano chegou trazendo para a mártir os últimos confortos e os sacramentos da Igreja Católica. Não dá para descrever o fervor de Cecília ao receber a Unção dos enfermos e comungar pela última vez! Ela que amava tanto a Jesus e que a Ele entregara sua vida, contemplava e adorava o Salvador em seu coração. A determinado momento fez um sinal pedindo ao Pontífice que se aproximasse dela e disse-lhe:

- Santo Padre, peço poder manifestar minha última vontade: Desejo que minha casa se transforme em um templo do Deus verdadeiro...

Ela já não tinha mais forças para falar. Voltou-se, então, para os que lá estavam e mostrou-lhes o polegar de uma mão e três dedos da outra. Foi o último gesto de sua vida. Com ele Cecília confessava publicamente sua Fé: Deus é Uno e Trino. Creio na Unidade e Trindade de Deus. Ainda tentou envolver-se com suas vestes, estendeu os braços junto ao corpo, inclinou a cabeça e expirou. O corpo de Cecília foi piedosamente depositado em um caixão e conduzido até a catacumba de São Calixto. O próprio Pontífice Urbano colocou o esquife junto ao túmulo dos Papas e fechou-o com uma pedra de mármore. Era o ano 232.


Afinal, quem era Cecília?

Uma virgem e mártir que tem sua festa celebrada pela Igreja no dia 22 de novembro e que nasceu no início do século III. Seus pais eram cristãos e pertenciam a uma das mais gloriosas e ilustres famílias da Romanas.

Ainda criança ela foi entregue a uma dama de companhia que também era cristã. Esse foi, certamente, um ato inspirado por Deus. Foi essa boa aia quem esforçou-se ao máximo para que a menina conhecesse e amasse Nosso Senhor Jesus Cristo e pudesse assim caminhar no amor e prática das virtudes cristãs.

Cecília sempre mostrou boa educação e boa formação nas coisas do mundo. Mais que isso, graças à educação que a aia lhe deu, a vida de Cecília tornou-se exemplo da formação cristã que se deve dar a uma pessoa.

Bem cedo Cecília cultivou o gosto pela contemplação das belezas naturais criadas por Deus e colocadas pelo Criador à disposição dos homens. Na contemplação do belo das criaturas, ela encontrou um modo de conhecer Deus. Maravilhada, a menina exclamava:

- Oh! Quão grande e bom é o Senhor! Quero amá-lo sempre. Quero amá-lo, muito!...

A aia de Cecília conhecia as Sagradas Escrituras e lhe contava fatos da História Sagrada. O que mais agradava Cecília eram os trechos sobre a vida de Jesus. A descrição dos padecimentos de Nosso Senhor em sua Paixão, sua morte na Cruz, levavam a atenta ouvinte a apiedar-se do Divino Salvador. Seu coração enchia-se de amor para com Ele e em seu espírito crescia a intenção de não ofender a Deus e consagrar a Ele toda sua vida.

A aia ensinou-lhe a amar o próximo por amor de Deus. Por isso em sua alma floresceu um grande amor aos pobres. Neles ela via a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo sofredor, pobre e necessitado. Ela abrandava os sofrimentos e acalmava as dores dos servos, escravos e mendigos. Junto com a ajuda material, ela lhes ensinava a prática da vida e da piedade cristãs. Assim transformou-se numa verdadeira apostola do Evangelho.

O encontro com Jesus

O amor a Jesus Sacramentado germinou e cresceu no coração de Cecília. O mundo com suas ilusões e fantasias não a atraia. Ela tinha um único desejo: unir-se a Jesus sacramentado!

Ela desafogava seu coração estando recolhida, longe dos atrativos mundanos. A oração era o modo que ela tinha de falar com Jesus. Orando ela exprimia seu desejo de recebê-Lo e fazer d'Ele seu alimento espiritual, sua força na caminhada. Jesus ouviu as preces de Cecília.

Ela assistia nas catacumbas de Roma os divinos mistérios. O Pontífice Urbano, tendo nas mãos o Pão Eucarístico, aproxima-se dela. Cecília ajoelha-se aos pés do Papa e recebe pela primeira vez a Santa Comunhão. Nessa hora, adorando Jesus em seu coração, a jovem renovou o propósito de consagrar-se ao serviço de Deus e tornar-se para sempre sua esposa. Cecília sempre teve o desejo de oferecer sua virgindade a Deus. Ocultamente ela procurou o Santo Pontífice e, depois de lhe contar que desde criança havia se consagrado a Jesus, suplicou-lhe que aceitasse seu voto de virgindade.

Santa Cecília foi favorecida por Deus com a presença 
de um Anjo que a defendia dos perigos 

Sua pouca idade e o fato de ser filha única de nobres e ricos senhores, levou o Pontífice Urbano a dar-lhe, prudencialmente, uma resposta negativa. Cecília não se rendeu, conservando-se firme em seu desejo. Sua sinceridade levou o Pontífice a dar-lhe consentimento. Para evitar qualquer oposição por parte dos parentes, a cerimonia de recepção de seus votos não foi pública.

Orfandade, Sofrimento e Proteção Angélica

Para Cecília não faltaram dores, sofrimentos e cruzes. A morte dos pais foi uma de suas grandes dores. Sobretudo por causa das consequências que ausência deles lhes trouxe. Mas ela aceitou esses padecimentos com grande resignação.

Após a morte dos pais Cecília ficou sob a tutela de um parente que era pagão. Ele acreditava que lhe oferecendo distrações e divertimentos mundanos diminuiria o sofrimento da jovem. Mas, isso não agradava e nem trazia alegria a Cecília que amava a pureza, a solidão e a prece. Ela fugia dos insistentes convites que lhe eram feitos, pois, temia que as distrações da frívola juventude romana, muitas vezes pecaminosas, prejudicassem sua alma inocente.

Para que não caísse nas ciladas aprontadas por seu tutor e para ter forças na luta contra o demônio que a tentava, ela fazia jejuns e penitências e trazia sempre sobre seu peito os Santos Evangelhos. 

Mesmo com o perigo de ser presa, frequentava as catacumbas e lá encontrava paz. Muitas vezes, em companhia da aia, nelas passava a noite inteira, assistia ao serviço divino e rezava fervorosamente a Maria, Rainha das Virgens, a quem pedia o amor de Jesus, único Senhor de seu coração. Cecília foi favorecida por Deus com a presença de um Anjo que a defendia dos perigos e que frequentemente aparecia e lhe orientava.

Valeriano

Cecília foi obrigada a estar em uma das festas realizadas por seu tutor. Ali estava Valeriano, um dos mais nobres e elegantes jovens de Roma, cuja família se vangloriava de ter antiga ligação com a família da jovem. A beleza, a modéstia, bem como a postura e pureza de Cecília não passaram desapercebidas por ele.

Valeriano, que não conhecia o segredo da modéstia cristã da virgem que se havia prometido como esposa a seu Deus, encantou-se com Cecília. Apaixonou-se por ela e quis, o quanto antes, tê-la como sua esposa.

Cecília disse não a Valeriano: desejava somente ser esposa de Cristo! Foi por prudencia que, junto com a negativa do casamento, ela não se declarou cristã. Essa declaração poderia custar-lhe a vida. Ocultamente, Cecília procurou Santo Pontífice e narrou-lhe o que estava acontecendo e reafirmou que preferia a morte a faltar o juramento de amor que havia feito a Jesus. Urbano, procurou consolá-la dizendo-lhe:

- Tem confiança, minha filha, se teu celeste Esposo te quiser em seu serviço, ninguém vai tirar-te d'Ele. As orações desta noite serão para que o Senhor nos ilumine. Fica em paz. Deixemos as decisões para depois da celebração dos divinos mistérios. Terminados os ritos sagrados, todos os fiéis deixaram as catacumbas. Só Cecília ficou lá. Urbano chamou-a e, com afeto paternal, disse:

- Filha, sê forte e perseverante. Se fores obrigada pelas circunstancias a unir-se a Valeriano, inclina a cabeça e adora os desígnios insondáveis da Divina Providência. Deus terá sobre ti outro desígnio: a conversão de Valeriano a nossa santa religião. Para a proteção de tua virgindade, confia Naquele que, por amor desta virtude, quis nascer de uma Mãe Virgem. A Ele nada é impossível. Vai em paz, confia em Sua bondade e sê prudente.


O consentimento

Passaram-se alguns dias e Cecília não conseguiu fugir de uma nova conversa com seu tutor sobre o pedido de Valeriano. No início da conversa, Cecília demonstrou uma recusa total ao casamento. Os parentes não desistiram de seus propósitos e começaram com as ameaças. Foi então que Cecília, lembrou-se dos conselhos do Pontífice Urbano e aceitou casar-se.

Sabendo disso, Valeriano foi imediatamente ao palácio para ter pessoalmente a confirmação e poder combinar o dia da cerimônia. Nos meses que precederam a celebração do matrimônio, Cecília conservou-se, quase sempre, retirada. Saía só para ir nos bairros populares para socorrer os pobres, seus mais queridos amigos. Passava noites inteiras em oração e penitência. Pedia a proteção e a graça que lhe eram necessárias e que estava certa de alcançar, pois já havia começado a ter uma grande paz de alma com a presença constante de seu Anjo da Guarda.



As bodas

Chegou, afinal, o dia em que os dois jovens se uniriam em matrimonio. O palácio onde morava a jovem católica era um formigar de escravos e donzelas, um fervilhar de ricos e nobres, de amigos e parentes, que iam prestar homenagens e oferecer tributos à presumida felicidade de Cecília.

A alma da virgem estava longe dessas manifestações. Ela quase não percebia o que se passava em redor de si. Realizaram-se as cerimônias matrimoniais segundo o ritual da época. O passo estava dado. A virgem de Cristo tornara-se também esposa de Valeriano. Terminada a cerimônia, Cecília foi conduzida à sala do banquete. Foi recebida com clamorosos aplausos e cânticos. Cecília, porém, elevava a alma a Deus e repetia em seu coração:

- "Senhor, que sejam sempre imaculados meu corpo e meu coração; protege tua serva para que não seja confundida".

Esposa Apóstolo

Terminado o suntuoso banquete, Cecília foi levada por algumas matronas à câmara nupcial. Ali ela deveria esperar Valeriano para a noite de núpcias. Apenas ele entrou no quarto correu para abraçá-la exclamando:

- Oh! dia feliz.... Cecília recuou um passo e disse:

- Não me toques, Valeriano. O jovem ficou atônito e despeitado com a repulsa.

- Não te ofendas, meu querido, mas escuta-me, pois que tenho a dizer-te um segredo...

- Não temas, Cecília, qualquer que seja ele, jamais ente humano o saberá.

"Conservai essas coroas com a pureza de vossos corações 
e santidade de vossos corpos" - disse o anjo aos
esposos Cecília e Valeriano 

- Para satisfazer meus parentes, fui obrigada a unir-me a ti. Serei a companheira mais fiel e amorosa de tua vida, mas teremos de viver como se fôssemos irmãos. E a razão é que, desde ainda criança consagrei meu corpo a alguém que não é deste mundo. Alguém que sempre me amou, e, para confirmar disso, mandou um Anjo para me guardar. Ora, se o Anjo vir que não me respeitas, ficará irado e vingar-se-á tremendamente.

Ouvindo estas palavras, Valeriano, agitado de violentas paixões, exclamou:

- Oh! Cecília, traíste-me. Não me amas e a outro estás ligada!

- Não querido, não me entendeste. Não te perturbes. Escuta e compreenderás. Amo-te e muito, com um amor que não acaba com morte. Um amor que durará e será mais sublime ainda na eternidade. Consagrei-me a alguém que não é um simples mortal. Consagrei-me a Deus que permitirá que eu viva sempre contigo nas condições que já te disse.

- Cecília, disse Valeriano, devo acreditar no que me contas? Se isso é verdade, por que esperastes este momento para dizer-me?

- Perdoa, Valeriano, se eu tivesse revelado meu segredo, nem tu nem meus parentes o acreditariam e considerando-me louca me teriam declarado a mais cruel das guerras.

- Mas qual é este Deus a quem te consagraste e que agora não quer legitimar nossa união? Se é um Deus verdadeiro, como rouba nossa felicidade?

- Deus não necessita de nós. Ele é infinitamente bem-aventurado e, se olha a nossa pequenez, é unicamente para o nosso bem, porque Ele nos ama. Ele nos criou, conserva-nos a vida e será, um dia, nosso Juiz. Este é o Deus dos cristãos.

- Deus dos cristãos? Você é cristã? Cristãos... esses seres desprezíveis, odiados por todos e contra os quais se tem desencadeado a ira de nossos Imperadores e do povo romano?

- De fato, são muitos os nossos inimigos... eles são pobres ignorantes e infelizes. Acredita, Valeriano, tudo quanto dizem a respeito dos cristãos é calunia!

- Nós, cristãos, não adoramos os falsos deuses. Deuses que só servem para enganar. Nós desprezamos todos os bens perecíveis, aspiramos ao Céu e nos entregamos à prática das mais altas virtudes. 

Dito isso, ajoelhou e com os olhos levantados para o Céu exclamou:

- Ó Senhor! Até quando durará o reino do espírito do mal? Até quando os homens caminharão entre as trevas do erro, na mentira e na falsidade? - Dizendo essas palavras, seu rosto transfigurou-se. Uma luz sobrenatural a envolveu e sua alma imergiu-se em Deus. Valeriano, quase apavorado, ficou mudo contemplando o êxtase de sua esposa. Sua mente iluminada de dons sobrenaturais, começava a se abrir à verdade e quando Cecília recobrou os sentidos, viu junto a si o esposo, com os olhos cheios de lágrimas.

Olharam-se e os olhos da Santa leram o fundo do coração de Valeriano. Uma voz interior lhe assegurava que o esposo havia se convertido. Valeriano, envergonhado com o que havia pensado de sua esposa disse:

- Deus de Cecília, eu creio em ti, mas faze com que eu possa ver, ao menos um instante, o Anjo que mandaste para junto de tua e minha esposa. - Ouvindo estas palavras, Cecília exclamou:

- Ó Senhor, meu amado! Sê para sempre louvado e eternamente glorificado por teus Anjos! Donde me vem tantas graças? Sê bem vindo em tua serva que humildemente adora os desígnios misteriosos de tua providência! E voltando-se para Valeriano, disse:

- Agora, não percamos tempo. Verás meu Anjo, sim! Antes, porém, deves tornar-te digno disso pelo Batismo. Vai e procura na Via Ápia a aldeia de Triopio. Lá encontrarás alguns pobres. Diga a eles que vais em meu nome e que procuras pelo Pontífice Urbano. Serás, então, conduzido até Papa que te acolherá com grande afabilidade e te ensinará as verdades de nossa fé. Depois, volta e verás o Anjo de Deus que me acompanha.

Com um manto, Valeriano, cobriu as vestes nupciais que ainda usava e encaminhou-se para o lugar indicado. Enquanto podia vê-lo, Cecília acompanhou-o com o olhar. Depois retirou-se, continuando suas preces que deveriam levar seu jovem esposo à conversão.


Batismo nas Catacumbas

Chegando à aldeia de Triopio, Valeriano encontrou-se com os pobres indicados por Cecília. Eles o conduziram pelo labirinto das catacumbas até chegar ao lugar onde estava o santo Pontífice Urbano, que vivia escondido no Cemitério de São Calixto, junto aos sepulcros dos mártires, depois de escapar da perseguição movida contra ele por causa de sua fé católica. Valeriano foi recebido por Urbano que, juntando as mãos, assim rezou:

- Senhor, meu Jesus Cristo, tu que inspiras as castas resoluções, recebe agora o fruto da semente divina plantada no coração de Cecília!

Por ela, seu esposo Valeriano tornou-se teu servo e abriu os olhos à verdade divina. Agora, ele te reconhece por seu Criador e renuncia, para sempre, o demônio, suas pompas e suas obras. Ele tem firme propósito de Vos adorar e Vos servir por toda a vida. Está pronto a defender com o próprio sangue a Fé que professa. Depois de assim rezar, começou a instruir o jovem catecúmeno sobre os principais mistérios da Fé: a Unidade e Trindade de Deus, a Encarnação, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Santa Cecília é conhecida no mundo inteiro como
padroeira dos músicos 

Enquanto Urbano falava dos augustos mistérios, subitamente, apareceu uma luz brilhante junto deles. No meio dela estava a figura de um respeitável ancião que trazia nas mãos um livro escrito com letras de ouro. Era o Apóstolo São Paulo que dizia a Valeriano:

- Lê e crê. Só então merecerás ser purificado nas águas do batismo e, então, contemplar o Anjo de que te falou Cecília. - Valeriano leu:

- Um só Senhor, uma só fé, um só Deus, Pai de todos, superior a todos, que está em todas as coisas, especialmente em todos nós.

- Crês em tudo isto? Perguntou o Apóstolo.

- Sim, creio! , Responde Valeriano.

Após essa profissão de fé, Paulo desapareceu. Urbano tomou a água e derramando-a sobre a cabeça do neófito, dizendo:

- Valeriano, eu te batizo, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Vestindo-o depois com uma túnica branca, despediu-se dizendo:

- Vai e mostra-te a Cecília, que completará a obra por Deus reservada para ti.

A Promessa do Anjo

Valeriano partiu com a alma serena e a paz no coração. Chegando em casa, encontrou Cecília de joelhos, em oração. 

Junto dela estava o Anjo do Senhor. Tinha nas mãos duas coroas de rosas e lírios. O Anjo que guardava a virgem colocou as sobre as cabeças dos esposos e lhes disse:

- Conservai essas coroas com a pureza de vossos corações e santidade de vossos corpos. Tu, Valeriano, por teres compreendido as puras aspirações de Cecília, serás ouvido, qualquer que seja a graça que pedires a Deus.

- Oh! Anjo bendito, um só será meu pedido: suplicar a Cristo que salve também meu irmão e nos torne ambos perfeitos cristãos e que confessemos seu Santo nome.

- Não só teu irmão vai converter-se, como também ambos, junto com Cecília, serão martirizados e acolhidos no Céu.

* * *
Livres da escravidão dos sentidos, Cecília e Valeriano inflamaram-se no amor de Deus. O vínculo que os ligava era fonte de entusiasmo para muitos de sua estirpe. Tibúrcio, fruto do apostolado de Cecília floresceu e tornou-se exemplo de vida para os seus companheiros de corte. Tais exemplos ainda gerariam muitos outros filhos para a Igreja Católica nascente. Muitas almas ainda foram por isso atraídas para Jesus Cristo.

Tal testemunho de Fé e apostolado não poderia deixar de ser notado pelo ódio dos pagãos que se encontravam petrificados no mal. Sobre Cecília, Valério e Tibúrcio, logo caíram o ódio e a perseguição dos pagãos. Foram terríveis. Confirmaram, porém, o que já lhes tinha sido predito: os três receberiam a palma do martírio e logo voariam para Deus.

Esta é a história de Cecília, nobre, esposa, virgem e mártir. Uma donzela frágil que a fortaleza de sua Fé fez abalar os poderosos do Império Romano e cujo sangue, foi verdadeiramente, "semente de novos cristãos".

(Adaptações do Livro Santa Cecília, Virgem e Mártir, Saverio M. Vanzo, S.S.P. - Mir Editora Brasil 2001,pp. 15 à 76)





fontes:/http://santosesantasdedeus.blogspot.com.br/

21 DE NOVEMBRO - A APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA NO TEMPLO - LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS

LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS 

Segundo Livro - Capítulo 1


CAPÍTULO 1

A APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA NO TEMPLO AOS TRÊS ANOS DE IDADE

A arca da aliança, figura de Maria Santíssima

413. Entre as figuras que, na lei escrita, simbolizam Maria Santíssima, ne­nhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento.
A matéria de que era feita, o que continha, o fim para o qual servia, o que por ela e com ela operava o Senhor naquela antiga Sinagoga. Tudo era um esboço des­ta Senhora e do que por Ela e com Ela realizaria em a nova Igreja evangélica.
O cedro incorruptível (Êx 25,10) de que - não por acaso, mas por divina disposição - foi construída, representa expressamente nossa arca mística, livre da corrupção do pecado atual e da oculta carcoma do original, com seu inseparável fontes e paixões.
O finíssimo e puríssimo ouro (Idem, 11) de que era revestida, por dentro e por fora, indubitavelmente significava a mais perfeita elevação da graça e dons que em seus divinos pensamentos, ações e costumes resplandecia.
Interior e exteriormente, foi im­possível divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que não estivesse toda repleta e revestida de graça, e graça de subidíssimos quilates.


Maria, escrínio de Deus

414. As tábuas da lei, feitas de pedra, a urna do maná (Hb 9,4) e a vara dos prodígios, que aquela antiga Arca continha e guardava, não poderiam sim­bolizar com maior exatidão o Verbo humanado. Encerrado na arca viva de Maria Santíssima, foi seu Filho unigênito a pedra fundamental (ICor 3,11) e viva do edifício da Igreja evangélica; a pedra angular (Ef 2,20)que uniu dois povos tão opostos, como o judeu e o gentio.

Para isso foi cortada do monte (Dn 2,34) da eterna geração, gravada pelo dedo de Deus com a nova lei da graça, e depositada na arca virginal de Maria. En­tenda-se, portanto, que esta grande Rainha se tornou a depositária de quanto Deus era e fazia com as criaturas. Guardava também consigo o maná da Divindade e da graça, o poder e a vara dos prodígios e maravi­lhas, para que somente nesta divina e mística Arca se encontrasse a fonte das graças, o mesmo Deus, para Dela transbordarem as maravilhas e prodígios do poder divino. Quanto este Senhor é, quer e faz, saiba-se que em Maria está encerrado e depositado.

Maria, propiciatório e trono da graça

415. A tudo isto, era consequente que a Arca da Aliança (Êx 26,34), não pelafigura e sombra, mas pela verdade que simbolizava, servisse de peanha ou sustentáculo ao propiciatório. Neste pusera o
Senhor seu trono e tribunal de misericór­dia, para ouvir seu povo, responder-lhe e
conceder-lhe suas petições e favores.
Assim, em nenhuma outra criatu­ra, fora de Maria Santíssima, colocou Deus seu trono de graça. Não podia deixar de fazê-la propiciatório, uma vez que havia construído esta mística e verdadeira Arca para nela se encerrar.

Deste modo, parece que o tribu­nal da divina justiça ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatório e tribunal da misericórdia foram dados a Maria dulcíssima. A Ela, como ao trono da graça, deveríamos ir com segura confiança, apre­sentar nossos pedidos, suplicar benefícios, graças e misericórdias que, fora do propiciatório da grande rainha Maria, nem são ouvidas, nem despachadas para o gênero humano.


Maria, a arca do Novo Testamento, deve­ria ficar no Templo

416. Tão misteriosa e sagrada Arca, construída pela mão do mesmo Se­nhor para sua habitação, e propiciatório de seu povo, não estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritu­al do Novo Testamento.
Por esta razão, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santíssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados três anos após seu felicíssimo nascimento.

Verdade é que, com grande admi­ração, vejo muita diferença entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira.

Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomão a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca não tinha outra grandeza senão a de repre­sentar Maria Puríssima e seus mistérios -foram suas trasladações e mudanças festi­vas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procis­sões que fez Davi da casa de Aminadab e à de Obededon (2Rs 6,10; 2Par 23; 3Rs 8,5; 2Par 5) e desta ao tabernáculo de Sião (2Rs 12), cidade de Davi. Finalmente, de Sião foi trasladada por Salomão ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e oração.

As trasladações da antiga arca e a apre­sentação de Maria

417. Em todas estas trasladações, conduziu-se a antiga arca da aliança com pública veneração, e culto soleníssimo de música, danças, sacrifícios e júbilo daque­les reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a história sagrada nos livros segundo e terceiro dos Reis, e primeiro e segundo dos Paralipômenos.

Nossa mística e verdadeira Arca, Maria, entretanto, ainda que mais rica, estimável e digna da maior veneração entre todas as criaturas, não foi levada ao templo com tão solene aparato e ostentação públi­ca. Não houve nesta misteriosa trasladação sacrifícios de animais, nem pompa real e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa de seu pai Joaquim, nos humildes braços de sua mãe Ana que, embora não fosse pobre, nesta ocasião levou sua que­rida Filha para apresentá-la ao templo ao modo dos pobres, com humilde recolhi­mento, sozinha e sem ostentação popular.

Toda a glória e majestade desta procissão, quis o Altíssimo fosse divina e invisível. Os mistérios de Maria Santíssima foram tão elevados e ocultos, que muitos deles até hoje são desconhecidos, pelos inescrutáveis juízos do Senhor, que reser­va tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas.


Razão pela qual a apresentação da Vir­gem foi sem aparato

418. Admirando-me eu, na pre­sença do Altíssimo, desta maravilha elouvando seus desígnios, dignou-se Sua Majestade responder-me desta maneira: -Se ordenei que a arca do velho testamento fosse venerada com tanta festividade e aparato, era por ser figura expressa de quem seria Mãe do Verbo humanado.

Aquela arca era irracional e mate­rial e com ela podia-se, sem inconveniente, usar de tal celebridade e ostentação. Com a Arca viva e verdadeira, porém, não per­miti assim,enquanto viveu em carne mortal, para ensinar com este exemplo o que tu e asdemais almas deveis aprender, enquanto sois viadoras.

A meus escolhidos, gravados em minha mente e aceitação para eterna memó­ria, não quero que a honra e exagerado e ostensivo aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, como recompensa do que fizeram para minha honra e serviço. Tampouco lhes convém o risco de repartir o amor, entre Aquele que os justifica e faz santos, e aqueles que os celebram por tais.

Um é o Criador que os fez, sus­tenta, ilumina e defende; único há de ser o amor e atenção, e não o devem repartir, ainda que seja para remunerar e agradecer as honras tributadas, com zelo piedoso aos justos. O amor divino é delicado, a vontade humana fragilíssima e limitada; dividida, pouco e imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde. Para deixar este ensinamento, Eu não quis que fosse conhecida e honrada durante a vida, nem levada ao templo com ostentação e honra visíveis, Aquela que era santíssima e porminha proteção não podia cometer imper­feição.


O exemplo de Cristo e Maria, devem abonar a virtude e condenar o vício

419. Além disto, enviei meu Unigênito do céu, e criei aquela que seria sua Mãe, para desiludir os mortais e tirar do mundo o erro, que se tornara iniqüíssima lei estabelecida pelo pecado: ser o pobre desprezado e o rico estima­do; abatido o humilde e exaltado osoberbo; o virtuoso vituperado e o pe­cador acreditado: o modesto e recolhido julgado por insensato e o arrogante con­siderado corajoso, a pobreza humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, ostentação, pompas, honras e deleites perecedores, procurados e apreciados pelos homens insipientes e carnais.

O Verbo e sua Mãe vieram repro­var e condenar tudo isto como ilusório eenganador, para que os mortais conheces­sem o formidável perigo em que vivem, amando e entregando-se tão cegamente, à falsidade do sensível e deleitável.

Deste insano amor lhes nasce o afã com que fogem da humildade, mansi­dão e pobreza, afastando de si tudo o que tem cheiro de virtude verdadeira, penitên­cia e abnegação de suas paixões. Entre­tanto, é isto que agrada à minha justiça, e é aceito a meus olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que será recompensado com prêmio de eterna glória, enquanto o contrário receberá sempiterno castigo.

O espírito de Deus oposto ao do mundo

420. Os olhos terrenos dos mun­danos e carnais não conseguem ver esta verdade, nem querem aceitar a luz que ela lhes mostraria. Tu, porém, ouve-a, grava-a em teu coração pelo exemplo do Verbo humanado e de sua Mãe, que em tudo o imitou. Ela era santa, e em minha estima, a primeira depois de Cristo. Toda veneração e honra dos homens eram-lhe devidas, pois nem poderiam lhe dar o quanto mere­cia.
Todavia dispus que, por então, não fosse conhecida nem honrada, para nela ostentar o mais santo, o mais perfei­to, o mais apreciável e seguro que meus escolhidos deveriam imitar e aprender da mestra da verdade: a humildade, o escondimento, o retiro, o desprezo da enganadora vaidade do mundo, o amor aos trabalhos, às tribulação, desprezos, aflições e descrédito das criaturas.

Uma vez que tudo isto não se ajusta com os aplausos, honras e estima dos mundanos, determinei que Maria Puríssima não as tivesse, nem quero que meus amigos as recebam ou aceitem. Se, para minha glória, às vezes os torno co­nhecidos no mundo, não é porque eles o desejem, mas com humildade e sem dela se afastarem, se submetem à minha disposição e vontade. Quanto deles de­pende, para si só desejam e amam o que o mundo despreza e o que o Verbo humanado e sua Mãe Santíssima fizeram e ensinaram.
Esta foi a resposta do Senhor à minha admiração e reparo: com isto me deixou satisfeita e instruída de quanto desejo e devo executar.



São Joaquim e Sant'Ana levam Maria ao templo

421. Findo o prazo dos três anos determinado pelo Senhor, saíram de Nazaré,Joaquim e Ana, acompanhados de alguns parentes, levando consigo a verdadeira Arca da Aliança, Maria Santíssima, nos braços de sua mãe, para depositá-la no santo templo de Jerusalém.
Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfu­mes de seu amado (Ct 1,3), para ir procurar no templo aquele mesmo que levava no coração. Esta humilde procissão seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visível aparato, mas com brilhante e numeroso séquito de espíritos angélicos.
Para celebrar esta festa haviam descido do céu, além dos que ordinariamente guarda­vam sua Rainha menina. Cantavam com música celestial novos cânticos de glória e louvor do Altíssimo, ouvindo-os a Prince­sa do céu, que caminhava com formosos passos à vista do supremo e verdadeiro Salomão.

Assim prosseguiram sua viagem de Nazaré até a cidade santa de Jerusalém,sentindo os ditosos pais da menina Maria grande júbilo e consolação espiritual.

Chegada ao templo

422. Chegaram ao templo, e nele entraram, a bem-aventurada Ana em com­panhia de São Joaquim, levando sua Filha e Senhora pela mão. Fizeram, os três, devota e fervorosa oração ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a si mesma, com profunda humildade, adoração e reverência.
Somente Ela conheceu como o Altíssimo a aceitava e recebia. De um divi­no resplendor, que encheu o templo, saiu uma voz que lhe dizia:- Vem, esposa minha,escolhida, vem a meu templo onde quero que me louves e bendigas.
Terminada a oração, levantaram-se e dirigiram-se ao sacerdote que os abençoou. Todos juntos, levaram a Meni­na a um aposento onde se encontrava o colégio das jovens que ali se educavam, em internato e santos costumes, até chegarem à idade de tomar estado de matrimônio. Recolhiam-se ali, especialmente, as primogênitas da tribo real de Judá e da sacerdotal de Levi.

Maria despede-se de seus pais

423. Subia-se a este colégio poruma escada de quinze degraus, onde vie­ram outros sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro degrau.

Ela lhe pediu licença e, voltando-se para seus pais Joaquim e Ana, pôs-se de joelhos, beijou-lhes as mãos, pediu-lhes a bênção e rogou-lhes que a encomendas­sem a Deus.
Os santos pais abençoaram-na com grande ternura e muitas lágrimas, e a menina subiu os quinze degraus com incomparável fervor e alegria, sem voltar-se para trás, sem chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, nem demonstrar sentimento pela despedida de seus pais. A todos ad­mirou vê-la com majestade e inteireza tão peregrina, em tão tenra idade. Os sacerdo­tes a receberam, levaram ao colégio das demais virgens, e o santo Simeão, sumo sacerdote, a entregou às mestras, uma das quais era Ana, a profetisa.

Esta santa matrona havia sido preparada com especial graça e luz do Altíssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposição me­receu, por sua santidade e virtude, ter por discípula aquela que seria Mãe de Deus e mestra de todas as criaturas.
São Joaquim e Sant’Ana voltam a Nazaré. 

A escada de Jacó

424. Voltaram Joaquim e Ana para Nazaré, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altíssimo os confortou e consolou.
O santo sacerdote Simeão, ain­da que no momento não conhecesse o mistério encerrado naquela Menina, teve, porém, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdo­tes sentiram também por ela grande admiração e reverência.
Naquela escada, que a menina subiu, realizou-se com toda a exatidão o que Jacó viu na sua (Gn 28,12): anjos que subiam e desciam; uns acompanhavam, outros vinham receber sua Rainha; no alto esperava-a Deus para aceitá-la por Filha e Esposa: e, em seus afetos amorosos, ela sentiu que verdadeiramente aquela era a casa de Deus e a porta do céu.

Maria confia-se à Mestra e cumprimen­ta as companheiras

425. Confiada à mestra, a meni­na Maria com profunda humildade, de joelhos lhe pediu a bênção e lhe supli­cou que a recebesse sob sua obediência, ensino e direção, tendo paciência pelo muito que com ela trabalharia e padece­ria. Ana profetisa, a mestra, recebeu-a com agrado e lhe disse: - Minha Filha, em mim achareis mãe e amparo e eucuidarei de vós e de vossa criação com todo o desvelo possível.
Em seguida, com a mesma humil­dade, Maria dirigiu-se a todas as meninas que ali se encontravam, cumprimentando-as e abraçando-as. Ofereceu-se para serva de todas, e pediu-lhes que, sendo mais velhas e mais instruídas no que deviam fazer, a ensinassem e mandassem. Final­mente, lhes agradeceu por a terem aceitado em sua companhia, apesar de não a mere­cer.

DOUTRINA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA

Graça da vocação à vida religiosa

426. Minha filha, a maior felicida­de que, nesta vida mortal, uma alma pode receber é ser chamada pelo - Altíssimo à sua casa, para se consagrar ao seu serviço. Por este favor, a resgata de perigosa escravi­dão, e a liberta da vil servidão do mundo, onde, sem liberdade, deve comer o pão com o suor de seu rosto (Gn 3,10).'"
Quem há, tão insipiente e obscurecido, que não conheça o perigo da vida mundana, com tantas leis e costumes abo­mináveis, tais como a astúcia diabólica e a perversidade dos homens nela introduzi­ram?
A melhor parte é a vida religio­sa e o retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto é tormenta, ondas encapeladas, cheias de dor e desgostos. Não reconhecerem os homens esta ver­dade, nem agradecerem este singular benefício, é repreensível dureza de cora­ção e esquecimento de si mesmos.
Tu, porém, minha filha, não te faças surda à voz do Altíssimo. Atende, trabalha e corresponde a ela. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demô­nio é impedir a vocação religiosa, quando o Senhor chama e dispõe as almas para se dedicarem ao seu serviço.

Aversão do demônio pela vida religiosa

427. Somente o ato público e sa­grado de receber o hábito e entrar em religião, ainda que não se faça sempre com fervor e pureza de intenção devidas, revol­ta e enfurece o dragão infernal e seus demônios. Não toleram a glória do Senhor, o gozo que sentem os santos anjos, além de saber aquele mortal inimigo, que a vida religiosa santifica e aperfeiçoa.

1- Comer o pão com o suor do rosto, está aqui empregado por "viver espiritualmente oprimido por ocupações frívolas" como se depreende da continuação do texto. Não significa, como de início pode parecer, que na vida religiosa coma-se o pão ociosamente, em contraposição comê-lo no mundo com o suor do rosto.
A vida religiosa é serviço, compreendendo portanto trabalho e sacrifício um alguns pontos mais do que no século. (N. da T.)

Acontece, muitas vezes, que ha vendo nela entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ação da graça melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princípio não houve intenção tão reta como convinha, muito mais poderosa e eficaz será a luz e virtude do Senhor e disciplina da religião, para a alma que a abraça movida pelo divino amor, e com íntimo e verdadeiro desejo de procurar, servir e amar a Deus.

Ser fiel sem olhar para trás

428. Para o Altíssimo reformar e aperfeiçoar quem entra no estado religio­so, qualquer que seja o motivo que o trouxe, convém que, tendo voltado as costas ao mundo, não torne a olhá-lo, apague suas imagens da memória e esqueça o que com tanta dignidade deixou.
Os que não seguem este ensi­namento e são ingratos e desleais a Deus, sem dúvida são atingidos pelo castigo da mulher de Jó (Gn 19,26). Embora pela divina piedade, não seja visível ao olhar exterior, interiormente é muito real, toman­do a alma seca, gelada, sem fervor nem virtude.

Sem o amparo da graça, não rea­lizam o ideal de sua vocação, nem aproveitam o benefício da vida religiosa. Nela não encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas são repudiados como escravos infiéis e fugitivos.
Lembra, Maria, que para ti o mun­do há de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordação de qualquer coisa terrena. Se, às vezes, for necessário exercitar a caridade com o pró­ximo, ordena-a tão bem que, em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma, sua segu­rança, quietude, paz e tranqüilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertências, se quiseres permanecer em minha escola.

LIGUE PARA INFORMAÇÕES SOBRE COMO 
ADQUIRIR OS 4 TOMOS DO LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS
TEL DO SANTUÁRIO: (0XX12) 99701-2427

AddThis

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...