A finalidade deste Blog é divulgar as Vozes do Céu através das Mensagens dos Sagrados Corações de Jesus,Maria,José e do Divino Espírito Santo,dos Anjos e dos Santos,transmitidas ao Vidente Marcos Tadeu,nas Aparições de Jacareí-SP/Brasil. São as mais intensas,extraordinárias e últimas Mensagens dadas ao mundo para que se converta e tenha paz.Nestas Santas Aparições São José deseja que nos Consagremos a Ele ,que o invoquemos como Amantíssimo Coração de São José e também como
CORAÇÃO PATERNAL DE SÃO JOSÉ,para que Ele possa nos conduzir pelo caminho da Santidade e nos leve ao verdadeiro Amor a Jesus e Maria.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

11 de novembro - Dia de São Martinho de Tours





São Martinho de TOURS
Séculos IV e V



Eram os primeiros dias de novembro de 397. No povoado francês de Candes, um Bispo ancião jazia gravemente enfermo num mosteiro. Multidões vindas de Poitiers e de TOURS montavam guarda à porta daquele santo lugar. No dia 8, LOGO após seu falecimento, o silêncio entrecortado por preces cedeu lugar a uma barulhenta discussão:

- Martinho foi nosso monge e nosso abade. Por isso pedimos que nos entreguem o corpo! - diziam os habitantes de Poitiers.

- Deus o tirou de vós e o deu a nós - replicavam os de Tours. Segundo a tradição, seu túmulo deve ficar na cidade onde foi consagrado! O que fizera em VIDA esse Prelado para provocar tal disputa?

Atração pela vida de anacoreta

Martinho nasceu na Panônia, região situada entre a Áustria e Hungria, em 316 ou 317. Sua família pertencia à aristocracia galo-romana e era pagã. O nome, que significa "pequeno Marte", foi-lhe dado pelo pai em homenagem ao deus da guerra. Oficial do exército romano, queria proporcionar ao filho uma brilhante carreira militar.

A infância de Martinho transcorreu em Ticinum, a atual Pavia. Não ficaram registrados, porém, os fatos desse período de sua vida, à exceção de um: aos dez anos de idade, desapareceu de casa, deixando aflitos seus progenitores; dois dias depois, reapareceu bem alimentado e sem nenhuma marca de maus-tratos. O que acontecera? Às insistentes perguntas dos pais, PARENTES e vizinhos, ele oferecia como resposta apenas um silêncio envolvido em muita paz.

Tempos depois se conheceria o ocorrido: o menino fora visitar os cristãos, pois almejava conhecê-los e APRENDER algo sobre o Deus dos mártires, dos quais muito ouvira falar. Entretanto, sentia ainda maior atração pelos homens que, no Oriente, deixavam tudo quanto o mundo podia lhes oferecer e se retiravam para regiões desérticas, a fim de levar uma vida de ascese e oração.

A cada dia aumentava o seu desejo de unir-se a esses anacoretas, quer fosse no Egito, na Síria ou onde Deus quisesse o conduzir. Restava-lhe, porém, um longo caminho a percorrer até atingir esse ansiado objetivo.


"Martinho cobriu-Me com este manto"

Aos quinze anos, viu-se obrigado a ENTRAR no exército, devido a um edito imperial. Divergem os historiadores sobre a duração do seu serviço militar. Alguns julgam ter permanecido no exército o tempo então exigido: 25 anos. Como soldado da Guarda Imperial, passou em Amiens a maior parte de sua vida castrense.



Aconteceu ali o célebre episódio que ficou imortalizado nas páginas hagiográficas de Martinho e em inúmeras obras de ARTE

Durante o rigoroso inverno de 335, o santo passava por uma das portas da cidade quando avistou um mendigo tremendo de frio, o qual estendeu-lhe a mão, pedindo auxílio. 

Não tinha dinheiro para dar-lhe, mas, sem titubear, sacou a espada, dividiu ao meio sua capa de frio e entregou uma PARTE ao infeliz. 

Nessa noite, o jovem soldado viu em sonhos Cristo JESUS vestido com a metade do agasalho por ele doado. E ouviu-O dizer com voz forte a uma multidão de anjos: "Martinho, que é apenas catecúmeno, cobriu-Me com este manto".1 Embora ainda não batizado, sua alma estava já embebida da caridade cristã.


"Sonho de São Martinho"
Em sonhos, o jovem soldado viu JESUS com a metade do manto por ele doado
Catedral de Bayonne (França)

Na vida militar, Martinho comportava-se de modo diferente dos seus companheiros de caserna. Assim, por exemplo, todo membro da Guarda Imperial dispunha de um cavalo e um escravo, ser desprezível e sem direitos, segundo os critérios da época. Entretanto, o jovem soldado tratava-o COMO um irmão, a ponto de lavar-lhe ele mesmo os pés e servi-lo durante as refeições.

Retorno à Panônia e controvérsia ariana

Quando teria sido lavado Martinho nas águas batismais? Não se sabe ao certo. Provavelmente, ainda em Amiens, pois quando deixou o exército, no ano 356, dirigiu-se para Tréveris, onde havia uma ativa comunidade católica.

Atraído pela fama de santidade do Bispo Hilário, viajou para Poitiers a fim de tomar o venerável prelado COMO mestre e guia. Este o recebeu de braços abertos, e quis ordená-lo diácono. Martinho, porém, sentindo-se indigno desse nobre encargo, aceitou somente a ordem menor do exorcistado.

Aprofundou-se no conhecimento da doutrina cristã e, prestes a renunciar por completo ao mundo, julgou ser um dever visitar os seus pais, que haviam retornado à Panônia, pois ansiava por vê-los professar a Fé cristã. Seu mestre animou--o nesse intento, e ao mesmo tempo o fez prometer que voltaria.

Empreendeu a viagem, enfrentando muitas dificuldades e escapando por pouco de ser morto por salteadores ao atravessar os Alpes. Afinal, encontrou-se com seus progenitores, falou-lhes de Cristo, da vida eterna e incitou-os a receberem o Batismo. O coração materno sentiu- se logo inclinado a crer naquela doutrina meio misteriosa, mas sublime, exposta pelo filho. O pai, entretanto, se manteve obstinado nos COSTUMESpagãos.

Importante é lembrar que nessa época travava-se ferrenha luta contra os hereges arianos, os quais negavam a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, consequentemente, seu sacrifício redentor. Na Panônia, o número de partidários de Ário era considerável, inclusive entre o clero. Por DEFENDER a boa doutrina, Martinho foi açoitado e teve de voltar, fugindo, para Poitiers.

A caminho dessa cidade, tomou conhecimento de que Santo Hilário havia sido exilado na Frísia pelo imperador Constâncio, por ter-se negado a ASSINAR o decreto exigindo a condenação de Santo Atanásio, o mais implacável adversário da heresia ariana.

Primeiro mosteiro em terras francesas

Martinho sofria pela ausência do venerável Hilário e a incerteza de reencontrá-lo. Entrementes, resolveu estabelecer-se numa pequena ilha italiana perto da cidade costeira de Albenga, a qual lhe pareceu propícia para sua primeira experiência de VIDA eremítica.

Três anos depois, o Santo Bispo voltou a Poitiers, e para lá viajou Martinho também. Sob os auspícios de Hilário, instalou-se em Ligugé, às margens do rio Clain, a fim de levar uma VIDA eremítica, dedicada apenas à oração e contemplação.

Entretanto, durou pouco o almejado isolamento: atraídos por seu exemplo, numerosos cristãos reuniram-se em torno dele, formando a pequena comunidade que deu origem ao primeiro mosteiro instituído em terras francesas.2 Nessa época a fama de santidade de Martinho já era GRANDE, e Santo Hilário conseguiu, afinal, persuadi-lo a aceitar as ordens maiores.

Fortuitamente, Martinho ausentava-se de Ligugé para visitar o santo Bispo a quem considerava seu verdadeiro pai. Pois era nesse convívio, pervadido de veneração pelo mestre, que o discípulo preparava-se, sem saber, para a realização dos desígnios da Providência.

"Martinho é o MAIS digno do Episcopado" -
exclamava a multidão dos fiéis

"Sagração episcopal de São Martinho" -
Museu Episcopal de Vic (Espanha)


Bispo de TOURSCONTRA sua vontade

Em 371, quatro anos após a morte de Santo Hilário, faleceu Lidoro, Bispo de Tours. Martinho foi convidado a assumir essa sé episcopal, mas recusou de imediato. Não via COMO conciliar a vida eremítica com os encargos de um pastor da Igreja.

Mas se, por um lado, estava ele resolvido a rejeitar o cargo, MAIS decididos estavam os cristãos de Tours a fazê-lo aceitar. Certo dia, um de seus habitantes foi a Ligugé e pediu-lhe, de joelhos, para ir com ele até a cidade e curar sua esposa enferma.

Sempre disposto a socorrer o próximo, o santo eremita sentiu-se na obrigação de acompanhar aquele homem. Durante o percurso - três dias de caminhada - foi se juntando a eles uma multidão cada vez mais numerosa. Já nas proximidades de Tours, todas as pessoas que o rodeavam manifestavam o mesmo desejo: "Martinho é o mais digno do Episcopado. Feliz a Igreja que tiver um Bispo como ele!".3 Somente, então, deu-se conta de ter caído numa armadilha...

No exercício do múnus episcopal, mostrou infatigável zelo pelo rebanho confiado pelo Senhor aos seus cuidados. Não esperava o povo vir ao seu encontro: ia aos mais recônditos lugares, e por vezes até extrapolava os limites de sua diocese, no empenho de propagar a verdade de Cristo.

Recebeu nessa época a VISITA de um advogado recém-convertido ao Cristianismo, Sulpício Severo, o qual, impelido pela sua fama de santidade, quis vê-lo pessoalmente. Não foi decepcionado em suas expectativas. Conta ele a confusão que sentiu quando o santo Bispo, antes de uma refeição lavou-lhe as mãos, e tinha já, na véspera, lhe lavado os pés: "Não pude opor-me nem contradizê-lo. Era tal sua autoridade que a recusa teria sido um sacrilégio".4

Sulpício decidiu ser seu discípulo e escrever sua biografia. Passou a acompanhá-lo por toda PARTE, analisando com amor e admiração todos os fatos que presenciava, os quais transmitiu à posteridade num livro muito popular na Idade Média, intitulado VIDA de São Martinho.

Regra viva para os monges de Marmoutier

Contudo, as obrigações episcopais não o afastaram de seu ideal: sempre desejoso de contemplação e oração, mandou construir, não muito longe da cidade, uma cela onde se recolhia de tempos em tempos. Tal COMO em Ligugé, juntaram-se a ele numerosos discípulos, e acabou formando-se naquele LOCAL outra comunidade cenobítica: o famoso mosteiro de Marmoutier.

Ali, São Martinho dava GRANDE ênfase à caridade fraterna. O convívio entre homens consagrados a Deus por amor a um mesmo ideal precisava ser isento de rixas e rivalidades. A vida comunitária devia formar varões dispostos a todas as intrepidezes a serviço da Igreja. Aquele mosteiro não tinha constituições escritas, mas sim uma regra viva: o exemplo do fundador.

Como nos outros cenóbios surgidos sob a inspiração do santo Bispo, em Marmoutier dava-se prioridade à oração. O trabalho, naquela época, ainda era considerado como uma ocupação inferior, e por isso dedicavam-se a ele apenas os monges mais jovens, os quais dividiam o tempo de oração com o ofício de copista. Ninguém podia possuir, comprar ou vender nada. A túnica, feita de pele de camelo, e a abstinência do vinho nas refeições assinalavam o rompimento definitivo com o mundo.

O santo Bispo não temia morrer, nem recuava diante do combate da vida, 
mas abandonava-se nas mãos de Deus

"Morte de São Martinho" - Museu de Cluny, PARIS

Marmoutier tornou-se um centro de formação para clérigos e monges. Sua fama espalhou-se tanto que de todas as partes chegavam PEDIDOS ao fundador para que lhes enviasse seus filhos espirituais.

Seu descanso era fazer bem às almas

Na "idade de ouro" dos Padres da Igreja, São Martinho não se destacou COMOhomem de grande cultura nem pela discussão de temas doutrinários candentes. Para isso Deus suscitara outros santos varões. Dele quis a Providência árduos esforços de evangelização.

Narra a historiadora Régine Pernoud: "Com efeito, é visto constantemente pelos caminhos que, atravessando campos e bosques, conduzem a algum povoado. Percorre-os quando vai destruir templos pagãos ou dissuadir os camponeses de adorar as árvores e as fontes. [...] Pregava oportuna e importunamente, não só às multidões mas também a grupos reduzidos".5,

Nessas missões apostólicas junto às populações rurais, extirpava as crenças e superstições pagãs, e lhes incutia a doutrina cristã. Não se contentava em convertê-los, mas ocupava-se em dar aos neófitos uma adequada formação cristã. Onde encontrava ânimos acirrados, seu trato bondoso suavizava os corações.

Incansável na defesa das verdades da Fé, São Martinho entregou-se totalmente a Deus, mas também às almas confiadas a seus cuidados. A bondade e a ousadia são notas tônicas de sua atividade pastoral. Sua vida cotidiana era uma conjugação de sacrifícios, LABOR apostólico e oração. Seu descanso era fazer bem às almas.


EM UM DOS SEUS MILAGRES,
SÃO MARTINHO RESSUSCITA UMA CRIANÇA


Seu rosto resplandecia COMO o de um anjo


Tinha já CERCA de 80 anos de idade e sentia-se esgotado quando foi chamado a restabelecer a paz entre os sacerdotes do povoado de Candes, os quais se encontravam numa desoladora situação de discórdias. Partiu apressadamente para exortá-los à caridade fraterna, e obteve pleno êxito nessa última missão.

Sulpício Severo não acompanhou o seu mestre nessa viagem, mas certa manhã sonhou com ele, vestido de branco, sorridente e esplendoroso. "Seu rosto era COMO uma chama; seus olhos, brilhantes como estrelas, e sua cabeleira era luminosa".6 

E viu como, transportado por uma nuvem veloz, era ele acolhido nos Céus entreabertos. Sulpício despertou sobressaltado, e pouco depois entrou no quarto um criado que lhe disse: "Acabam de chegar dois monges de TOURS, trazendo a notícia da morte de Dom Martinho".7

O que se passara de fato? Depois de restaurar a concórdia entre os sacerdotes de Candes, o venerável ancião sentiu-se abandonado pelas próprias forças e comunicou seu estado aos religiosos do mosteiro onde se hospedara. Em meio às lágrimas, estes rogavam insistentemente a Deus a permanência na Terra de seu extremoso pai e pediam-lhe que fizesse o mesmo.

São Martinho, porém, não temia morrer, nem recusava o combate da VIDA. Deitado no chão sobre um leito de cinzas, abandonava-se nas mãos de Deus, pronto para fazer sua divina vontade. Seu rosto resplandecia como o de um anjo.

O falecimento do venerado Bispo provocou grande comoção. E depois da célebre discussão entre os habitantes de Poitiers e os de TOURS a respeito de qual cidade tinha direito aos santos despojos, os habitantes de Tours conseguiram "roubar" à noite o inestimável tesouro. A população inteira saiu para recebê-lo.


"Todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe [...] receberá o cêntuplo e possuirá a VIDA eterna" (Mt 19, 29). São Martinho pôde experimentar o cumprimento dessa promessa de Cristo: ainda em vida, viu em torno de si uma multidão de irmãs e irmãos na Fé, e uma abundância de filhos espirituais. Sua evangelização vincou raízes robustas e profundas que o tornam um dos mais venerados santos da Igreja.



TÚMULO DE SÃO MARTINHO EM SUA BASÍLICA


BASÍLICA DE SÃO MARTINHO


BASÍLICA DE SÃO MARTINHO CONSTRUÍDA SOBRE SEU TÚMULO

AO SEU TÚMULO, NA IDADE MÉDIA, 
AFLUÍAM DE TODA PARTE PEREGRINAÇÕES FREQUENTES.
SÃO FRANCISCO DE ASSIS ERA UM DE SEUS DEVOTOS.

Notas:

1 PERNOUD, Régine. San Martín de TOURSMADRID: Encuentro, 1996, p.22.
2 Cf. LLORCA, Bernardino. Historia de la Iglesia Católica - Edad Antigua. Madrid: BAC, 1996, p. 604.
3 PERNOUD, op. cit., p.44.
4 Idem, p.14.
5 Idem, p.78.
6 SULPICIUS SEVERUS. Lettere e dialoghi. Testi patristici. ROMA: Città Nuova, 2007, p.131.
7 Idem, ibidem.

(Revista Arautos do Evangelho, Nov/2011, n. 119, p. 34 à 37)
fontes:/http://santosesantasdedeus.blogspot.com.br/

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

10 de novembro - Dia de Santo André Avelino

Santo André Avelino
1520-1608

Santo André Avelino, um autêntico reformador

O século XVI, que viu fermentar por toda a Europa central a heresia de Lutero e congêneres, assistiu também ao florescimento de uma plêiade de grandes Santos, que empreenderam a gloriosa Contra-Reforma católica. Santo André Avelino foi um deles.
Plinio Maria Solimeo

Castronuovo, pequena cidade do então reino de Nápoles, foi o berço de Lancelote, filho de João Avelino e Margarida Apella. Casal piedoso, que prezava mais os bens espirituais que os materiais, que não lhes faltavam, consagraram o menino logo ao nascer à Santíssima Virgem e se esmeraram em proporcionar-lhe uma educação profundamente cristã.

Antes de começar a falar, o bebê já aprendera o Sinal da Cruz. Tudo nele parecia predizer sua futura santidade.

Sua infância foi pura e inocente. Bem cedo demonstrou uma terna devoção à Santíssima Virgem, passando a rezar diariamente seu Rosário.

O menino era dotado da facilidade da palavra; seus companheiros de infância lhe diziam:“Olhe, Lancelote, tu que sabes falar, diga alguma coisa para entreter-nos”. O menino não se fazia de rogado. Subindo a uma pedra, começava a falar como um consumado pregador. Às vezes explicava o catecismo, outras narrava a vida de algum Santo, e muito freqüentemente exortava seu pequeno auditório a rezar o Rosário, a obedecer aos pais e mestres, e a cumprir com honestidade seus deveres. E como ele era ouvido com atenção! Estávamos numa época bem diferente da nossa...

Brilhantes estudos, esmerada virtude

Depois de seus primeiros estudos, foi enviado a Veneza para cursar humanidades e filosofia. Tornara-se um adolescente robusto e de bela aparência, o que lhe valeu muitos sacrifícios e grandes lutas para preservar o tesouro da castidade, que ele amava com amor combativo. Várias vezes teve de fugir para escapar das ciladas que lhe eram armadas. Uma vez foi assediado por uma mulher de má vida que queria induzi-lo ao pecado, e outra, estando de passagem por sua casa, pela própria ama que o havia criado!

Por isso quis proteger-se tomando o estado clerical, recebendo a tonsura das mãos do Bispo diocesano. Voltou então para Nápoles, onde doutorou-se com brilho na jurisprudência. Foi também ordenado sacerdote.

O Pe. Lancelote, cuja virtude já era admirada por muitos, foi então escolhido para reformar um convento de monjas decadentes, que viviam em total desordem. Pacientemente, começou a combater o relaxamento e a incentivar a prática da virtude, coibindo os abusos, principalmente a visita assídua de seculares ao convento. Aos poucos foi ganhando aqueles corações entibiados e reacendendo neles o fogo do amor de Deus. O convento passou a ser a admiração da cidade pelo seu fervor e desejo de virtude.

Mas nem todos ficaram edificados. Alguns jovens não gostaram de se verem privados das visitas ao convento; para se vingar do jovem reformador, contrataram um sicário que desferiu no Pe. Lancelote vários golpes de espada sobretudo no rosto, deixando-o estendido numa poça de sangue. Felizmente, nenhuma ferida foi mortal, e ele recuperou-se milagrosamente sem ficar mesmo com qualquer cicatriz na face.

O Vice-rei de Nápoles quis punir os autores do atentado, mas o Pe. Lancelote não permitiu. Deus disso se encarregou: o sicário que perpetrara o atentado foi morto por um homem a quem havia desonrado a casa com uma ação impudica.

Em meio a uma forte tempestade, o próprio corpo de Santo André brilha milagrosamente, iluninando o caminho para ele e seus amigos

De sacerdote e advogado, a religioso teatino

O Pe. Lancelote exercia também com brilho a advocacia na Cúria eclesiástica. Defendendo, certo dia, um amigo seu, no fogo e veemência com que falava, deixou escapar, na defesa, uma mentira artificiosa. 

Esse episódio, aparentemente de pouca monta, foi a ocasião que a Providência quis servir-se para atraí-lo a uma vida mais perfeita. 

Chegando em casa e rememorando o fato, pegou as Sagradas Escrituras e, abrindo-as ao acaso, deparou exatamente com as palavras do Livro da Sabedoria “a boca que mente dá morte à alma”. 

Seu arrependimento e sua dor foram tão grandes que resolveu abandonar o mundo e entrar na Ordem dos Teatinos, fundada havia 30 anos por São Caetano de Tiene, e que visava especialmente a reforma do Clero. Tinha ele então 35 anos de idade.

Realmente, havia tal decadência religiosa da parte do Clero, que se tornou popular um adágio que dizia: 

“se queres ir ao inferno, faze-te clérigo”.


Promessa de adquirir uma nova virtude a cada dia

Por amor à Cruz, Lancelote escolheu em religião o nome do Apóstolo André, nela martirizado. Seu desejo de perfeição era tão grande que, inspirado pela Providência, além dos três votos normais de obediência, pobreza e castidade, fez mais dois votos heróicos: o de negar em tudo a própria vontade e o de adquirir novo grau de virtude a cada dia.

Em seu noviciado era preciso antes reprimir seu fervor que prová-lo, pois, quanto mais o humilhassem, mais feliz se mostrava. As penitências que fazia estavam muito acima das normalmente pedidas aos noviços.

Apenas feita a profissão religiosa, pediu licença aos superiores para ir até Roma visitar o túmulo dos Apóstolos e dos mártires e ganhar as indulgências devidas.

Ao voltar a Nápoles, foi-lhe dado o cargo de Mestre de Noviços, que ele exerceu por 10 anos com suma prudência e caridade, o que fez com que o escolhessem para Superior.

Santo André Avelino foi depois encarregado de fundar duas novas casas da Ordem, uma em Piacenza e outra em Milão. Na primeira cidade, ele pregou contra o excesso de luxo nas mulheres, e converteu várias pecadoras públicas. Suas pregações sobre a reforma de vida desagradou a alguns, que apelaram para o Duque de Parma pedindo-lhe que banisse o importuno de seus Estados. Mas o Duque quis certificar-se diretamente do caso, e depois de ter conversado com o Santo, passou a ser o seu mais convicto defensor, conhecedor da preciosidade que possuía em seus domínios. A Duquesa quis tê-lo como confessor.

Santo André morre de apoplexia, logo após pronunciar as palavras iniciais da Missa: "Entrarei no Altar do Senhor"

Amizade com São Carlos Borromeu

Em Milão, André era esperado por outro Santo, a quem havia chegado a fama de suas virtudes. Tratava-se do Cardeal São Carlos Borromeu, outro dos sustentáculos da Contra–Reforma. Entre os dois estabeleceu-se uma amizade verdadeiramente sobrenatural, que só pode existir entre santos, e tão íntima, que Santo André comunicava a São Carlos, com toda simplicidade, as graças sobrenaturais que recebia do Céu. Assim, um dia contou ele que Nosso Senhor lhe tinha aparecido em toda sua glória e lhe havia dado uma tão alta noção da beleza divina, que ele não era capaz de amar mais nenhuma coisa das que se dão tanto valor na Terra.

Aliás, os Santos reformadores dessa época brilham por sua caridade e amor ao próximo. De tal modo que o próprio heresiarca Lutero, em carta a seu amigo Múscilo, reconhece: “Pelo menos sob o regime papal, as pessoas eram caritativas [...] Mudamos de natureza. Temos, uns para com os outros, a bondade das bestas ferozes. Quem se interessa agora pelo próximo? Cada qual se ama a si mesmo, sem preocupar-se com os demais; e podemos nos perguntar se resta em nossas veias alguma gota de sangue humano” (1).

A caridade de Santo André Avelino manifestou-se com muito mais intensidade durante a peste de Milão, em 1576.

Refuta hereges e opera milagres

Eleito superior, em Nápoles, “durante seu governo ele descobriu e refutou publicamente hereges que combatiam a verdade sobre o corpo e sangue do Filho de Deus na Eucaristia, e fez punir o chefe”. 

Um homem, seduzido por esses impostores, recebeu a Hóstia santa e a embrulhou em seu lenço para depois a profanar. Chegando em casa, abrindo o lenço, encontrou sangue que havia escorrido da Hóstia. Aterrorizado, correu em busca de Santo André a quem confessou seu crime.

 Para evitar que o criminoso desesperasse, o Santo tomou sobre si parte da penitência a ele devida. Mas, sem nomear o autor, utilizou esse estupendo milagre para fortalecer na fé os que vacilavam diante desse divino mistério (2).

Vários fatos miraculosos ocorreram com esse Servo de Deus. Certa vez, quando ele, com um companheiro, levava o Viático a um enfermo num lugar muito ermo, desabou forte temporal que apagou a tocha que o companheiro levava para clarear o caminho. Mas não só a chuva não os molhou, como o rosto do Santo irradiou tal luminosidade, que iluminou o caminho.

Proteção contra a morte súbita

Certo dia viajava ele com um outro religioso a cavalo quando o seu, assustando-se, deu um salto, lançando o Santo fora da sela, e partiu em disparada. Acontece que um dos pés de André ficou preso ao estribo, e ele foi arrastado pelo terreno pedregoso. Mas, chamando em seu auxílio São Domingos e São Tomás de Aquino, estes lhe apareceram, desvencilharam-no do estribo, enxugaram seu sangue e curaram suas chagas.

Outra vez, quando André gemia sob a forte tentação de ser do número dos réprobos, apareceu-lhe Santo Agostinho e São Tomás que, com palavras cheias de bondade, inspiraram-lhe nova confiança em Deus assegurando-lhe o comprazimento de Deus para com ele.

Santo André Avelino escreveu várias obras ascéticas e místicas.

Enfim, no dia 10 de novembro de 1608, quando o Santo era já quase nonagenário, ao dirigir-se para celebrar a Missa, teve um ataque de apoplexia entregando pouco depois sua valorosa alma ao Criador. Santo muito popular na Itália, é invocado contra a morte repentina e a apoplexia (3).


Notas
1– Apud Fr. Justo Peres de Urbel, O.S.B., Ano Cristiano, Ediciones Fax, MADRID, 1945, tomo IV, p.320. 
2– Cfr. Lês PETITS Bollandistes, Vie dês Saints, d’ après de Père Giry, Bloud e Barral, Paris, 1882, VOL. 13, pp. 304–305.
3– Outras obras consultadas:
- Edelviges, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1949, VOL. VI, pp. 101–109.
- Dom Prospero Guéranger, El Año Litúrgico, Editorial Aldecoa, Burgos, 1956, VOL. V, pp. 800–805.
- Pe. José Leite, SJ, Santos de Cada Dia, Editorial A.O., Braga, 1987, vol III, p. 289.
fontes:/http://santosesantasdedeus.blogspot.com.br/

10 de novembro - Dia de São Leão Magno



ACESSEM: http://www.apparitionstv.com/

São Leão I, o Magno
Papa
Século V

Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua VIDA antes de ocupar a Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os historiadores e teólogos. 

Leão nasceu por volta do ano 400, na região da Toscana, onde está situada a cidade deRoma. Tornou-se sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante. Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos PAPAS Celestino I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I, assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440. 

Eram tempos difíceis. Por um lado, o Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior. Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da atuação de Leão I nos doisterrenos: o espiritual e o material. 

File:Herrera mozo San León magno Lienzo. Óvalo. 164 x 105 cm. Museo del Prado.jpgNa esfera espiritual, ele permaneceu firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das GRANDES heresias que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões,encontros e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos MAIS importantes para a fé: a "Carta dogmática a Flaviano", o patriarca de Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. "Pedro falou pela boca de Leão", diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje. 

Já no plano material, era o único que poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse ROMA e a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira, conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. 

Mais tarde, foi a vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico, entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram sua população graças à atuação do grande pontífice. 

Não existem relatos sobre os seus últimos dias de VIDA. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e um anos, um mês e treze dias. 

Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O PAPA Bento XIV proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "o Magno".
fontes:/http://santosesantasdedeus.blogspot.com.br/

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